Mãe Forte, Família Feliz
Na noite de ontem, 27 de junho de 2025, foi realizado o primeiro encontro coletivo do projeto de apoio psicológico às mães de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), promovido pela Associação de Pais e Amigos do Autista de Cruz Alta (AMACA). Com o tema "Vivências Atípicas", o encontro ocorreu das 19h30 às 21h, na sede da associação, e foi conduzido pela psicóloga Iollen Oliveira, da Clínica Incluir.
O projeto teve início em 5 de maio com atendimentos psicológicos individuais e seguirá com sessões semanais — sendo três individuais e uma coletiva por mês — até 30 de novembro deste ano. A iniciativa é realizada com recursos oriundos de emenda parlamentar repassados ao município, que descentraliza diretamente à empresa executora, a Clínica Incluir. O plano de trabalho foi aprovado pelo Conselho Municipal de Saúde, conforme a Resolução CMS/CA nº 02/2025, de 27 de março de 2025.
A proposta surge da constatação de uma demanda urgente e específica: o suporte emocional às mães, que frequentemente assumem a linha de frente no cuidado de seus filhos com TEA. Está alinhada à Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Lei nº 12.764/2012), que, apesar de centrada nos direitos das pessoas com TEA, reconhece o papel essencial dos familiares, especialmente das mães, como cuidadoras e defensoras de direitos.
O projeto também responde a uma impossibilidade de execução pela Rede Pública Municipal, cuja equipe do Centro Acolher conta com apenas uma psicóloga, já integralmente dedicada ao atendimento direto das crianças com TEA. A condução do projeto exige continuidade, vínculo terapêutico e conhecimento técnico específico na aplicação de instrumentos padronizados de avaliação, inviabilizando sua realização com os recursos humanos atuais da rede.
O encontro coletivo "Vivências Atípicas" proporcionou um espaço acolhedor para a troca de experiências entre mães, fortalecendo vínculos, promovendo o compartilhamento de vivências singulares e gerando um sentimento de pertencimento. A proposta dos encontros é não apenas oferecer suporte emocional, mas também construir uma rede de apoio mútua e contribuir para a desmistificação do autismo e a promoção de uma cultura inclusiva.
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