Estudo com 2 milhões de crianças aponta fatores genéticos como relevantes em 80% dos casos
São Paulo – Em uma pesquisa realizada por 22 instituições de saúde de 7 países diferentes, foi observado que a genética é o maior fator de risco para o desenvolvimento do autismo, transtorno que afeta o sistema nervoso. A análise foi feita a partir de registros médicos de mais de 2 milhões de crianças com o espectro nascidas na Suécia, Finlândia, Dinamarca, Israel e Austrália Ocidental no período de 1998 até 2011.
Os pacientes foram acompanhados até completarem 16 anos, e mais de 22 mil foram diagnosticados com autismo. Tirar uma conclusão universal sobre qual é o fator causador do transtorno não é possível – existem diversos fatores conectados. Isso quer dizer que, mesmo que seja encontrado um ponto comum entre os pacientes, é possível que exista a influência de fatores externos – como os ambientais – no desenvolvimento do espectro autista.
Ainda que a genética esteja associada como um grande fator de risco, os pesquisadores ainda não descobriram a sequência específica de genes que contribuem para o autismo – a pesquisa nessa área cresceu bastante nos últimos anos.
Andrew Adesman, diretor de pediatria de desenvolvimento e comportamento do Centro Médico de New Hyde Park, disse que o autismo pode ser explicado quase que inteiramente pela genética. “Embora as famílias geralmente estejam mais preocupadas com os fatores de risco para o autismo, a realidade é que os fatores genéticos desempenham um papel muito maior no geral; fatores ambientais também desempenham um papel menor, mas importante. Isso não significa que podemos ignorar completamente os fatores de risco ambientais e sua interação com os fatores de risco genéticos.”
Dentre as 2 milhões de crianças estudadas, foi constatada a hereditariedade do autismo em 80% delas, com diferenças entre os potenciais fatores de risco de cada país – reforçando a ideia que o ambiente tem bastante influência no desenvolvimento do transtorno.
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