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Teste pode indicar autismo em crianças de 6 meses


Teste pode indicar autismo em crianças de 6 meses

Hypesciene | 27.05.12

Um novo estudo descobriu um fator que pode indicar se uma criança com alto risco genético vai desenvolver autismo.

A pesquisa foi realizada por Rebecca Landa, do Center de Autismo e Distúrbios Relacionados do Instituto Kennedy Krieger, em Baltimore, EUA. Pesquisadores da Escola Médica de Harvard (EUA) e do Hospital Geral de Massachusetts (EUA) também contribuíram para o estudo.
O autismo é uma condição difícil de ser diagnosticada. Atualmente, não é possível dizer se uma criança é autista até que ela tenha pelo menos 3 anos.
Agora, um novo fator que pode ajudar a prever se uma criança será autista foi descoberto por Landa: observar o controle motor de bebês de 6 meses, da cabeça e do pescoço. Se esse controle for fraco, as chances da criança ser autista são de 90%.
Mas isso só funciona para crianças com alto risco de autismo, que tem um irmão autista, por exemplo (histórico familiar). Esse foi o critério usado no estudo, que analisou 40 crianças com alto risco para alguma condição do espectro do autismo porque tinham um irmão com a doença.
Os bebês foram testados com 6, 14, 24, 30 e 36 meses. 90% das crianças diagnosticadas com autismo aos 36 meses (3 anos) exibiram pouco controle motor da cabeça mais novas.
O teste é o seguinte: o bebê é colocado sentado, e deve manter o alinhamento da cabeça enquanto é cuidadosamente, mas firmemente puxado pelos braços. O teste pode revelar uma falta de controle postural que é normalmente alcançado aos 4 meses de idade.
“A investigação destinada a melhorar a detecção precoce do autismo foi amplamente focada na medição do desenvolvimento social e de comunicação. No entanto, a interrupção do desenvolvimento motor precoce também pode fornecer pistas importantes sobre transtornos de desenvolvimento como o autismo”, explicou Landa.
A pesquisadora sugere que a avaliação de habilidades motoras seja incorporada a outras avaliações comportamentais para apontar sinais precoces do autismo, ou até mesmo, mais amplamente, atrasos no desenvolvimento social ou de linguagem.
Um outro estudo já havia indicado um possível teste para detectar o autismo precocemente, através da voz das crianças. Um dispositivo grava a voz da criança por um dia. A fala precoce de crianças com autismo, em particular a forma como eles pronunciam as sílabas das palavras, são distintas das outras crianças, coisa que o sistema pode perceber. Segundo cientistas, o aparelho tem precisão de 86%.
Outros riscos para autismo

Histórico familiar (ter um parente com autismo) aumenta as chances de uma criança ser autista. Além disso, outros estudos indicaram outros riscos de autismo. Por exemplo, cientistas da Universidade de Cambridge, Reino Unido, estão analisando uma teoria que afirma que pais inteligentes têm mais chances de ter filhos autistas.

Também, o autismo é quatro vezes mais comum em homens do que em mulheres. Segundo pesquisadores, isso tem a ver com hormônios. A testosterona e o estrogênio têm efeitos opostos sobre um gene apelidado de RORA. Nos neurônios, a testosterona diminui a capacidade das células de expressar ou se ligar ao gene, e pessoas com autismo apresentam níveis mais baixos de RORA do que as pessoas sem a condição.
Além disso, uma pesquisa indicou que crianças cujas mães tomam Zoloft, Prozac e outros antidepressivos similares durante a gravidez são duas vezes mais propensas a desenvolver autismo ou um distúrbio relacionado.
Bebês extraordinariamente pequenos quando nascem também têm mais chances do que a média de desenvolver um transtorno do espectro do autismo mais tarde na vida.

Mães obesas têm maior risco de terem filhos autistas


Diário da Saúde | Faders | 10.04.12

Obesidade e autismo
Cientistas identificaram uma forte conexão entre a obesidade e o diabetes maternal e a probabilidade de que o bebê nasça com autismo ou outra deficiência neurológica.

Mães obesas têm uma propensão 1,6 vez maior de ter uma criança com autismo quando comparadas com mães com peso normal, sem diabetes e sem hipertensão.

A chance é duas vezes maior em relação a outras deficiências neurodesenvolvimentais.

Gravidez e obesidade
Mães com diabetes têm quase 2,3 vezes mais chance de ter um bebê com atraso no desenvolvimento do que as mães sem diabetes.

A proporção de mães com diabetes que tiveram filho com autismo foi mais alta do que as mães saudáveis, mas não atingiu uma significância estatística.

O estudo também descobriu que crianças autistas filhas de mães diabéticas têm um déficit maior na compreensão da linguagem e na comunicação do que as crianças com autismo nascidas de mães saudáveis.

Nos Estados Unidos, onde a pesquisa foi realizada, 60% das mulheres em idade reprodutiva têm sobrepeso, 34% são obesas e 16% têm síndrome metabólica.

Autismo
O autismo é caracterizado por problemas na interação social, déficits de comunicação e comportamentos repetitivos.

Frequentemente é observada também a deficiência intelectual.
Segundo a Dra. Paula Krakowiak, uma das autoras do estudo, estima-se que o autismo acometa 1 em cada 110 crianças nascidas vivas.