Ser bilíngue pode melhorar o desenvolvimento cognitivo de crianças com Transtorno do Espectro Autista
A rotina é a melhor amiga das pessoas autistas – cumprir sempre a mesma ordem nas atividades diárias é um caminho seguro para fugir dos imprevistos e lidar melhor com as tarefas do cotidiano.
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João Julio e Vitor estudando a Linga Inglesa amaca/2017. Foto: amaca |
Digamos que uma criança com espectro autista tenha o hábito de tirar seus materiais escolares da mochila e organizá-los na mesa antes de qualquer outra atividade em sala. Mas se em um determinado dia, seus professores sugerirem que a turma tenha uma aula ao ar livre, sem cadernos ou lápis, é provável que essa criança se sinta perdida, frustrada ou ache difícil prestar atenção na lição porque as coisas não saíram conforme ela tinha previsto.
Essa dificuldade de passar de uma atividade a outra sem perder a concentração é comum entre pessoas autistas. Mas um novo estudo, publicado no periódico científico Child Development, demostrou que se a criança souber um idioma além da sua língua mãe, essa leve mudança na rotina que é a troca de atividades pode ser menos drástica – e acontecer mais naturalmente.
O Transtorno de Espectro Autista (TEA) é uma condição que altera o desenvolvimento neurológico. As principais funções afetadas são: comunicação e interação social; criação de padrões de restrição e repetição de comportamento, interesses e atividades. Os sintomas podem aparecer logo nos primeiros meses de vida. Por ser um distúrbio crônico e não necessariamente uma doença, não existe cura nem tratamento padrão para a condição. Cada pessoa diagnosticada com TEA precisa de acompanhamento individualizado para que possa se adaptar ao convívio social e desenvolver melhor suas habilidades.